Foi uma noite diferente ontem para estudantes do 1º ano da Faculdade de Jornalismo da Universidade de Franca, os alunos e alunas da professora Liliana Mussalin Guimarães puderam durante 2 horas ouvir alguns relatos de valor cultural, comentários sobre a profissão repórter, aproveitar dicas profissionais sobre o mercado de trabalho (por exemplo, a importância do Sindicato dos Jornalistas para uma maior segurança na atividade e melhor remuneração), em especial, o radialista Cássio Freires (que integra as equipes da Imperador AM e da TV Nova Franca) lado a lado com o experiente repórter, autor de TV e ecologista Antônio de Pádua Padinha - que atuou em várias mídias no Brasil, sendo hoje editor do nosso blog de ecologia e de cidadania Folha Verde News - ambos puderam neste bate-papo informal com os futuros comunicadores destacar os pontos de maior importância para os que trabalharão com a informação nos próximos anos. Cássio procurou passar dicas objetivas de eficiência e de performance no trabalho jornalístico, ressaltando também as características atuais e a força do rádio como veículo de comunicação na atualidade em que também se destaca a Internet. Padinha relatou episódios de censura, procurou localizar a novíssima geração no contexto histórico da realidade, distribuiu material sobre as lutas pela liberdade de informação e segurança dos jornalistas (cada vez mais jornalistas morrem no exercício da sua função em todo o planeta, também por aqui no país) informando que entidades como a ONU e Repórteres Sem Fronteiras estão preparando um fórum sobre os perigos da profissão: "Quanto mais perigosa, mais valiosa a profissão repórter, a missão de informar, a busca da cidadania e a defesa dos interesses da população e não dos grupos mais poderosos", comentou Padinha, ele e Cássio Freires ressaltaram a ética no jornalismo, a busca da verdade, um desafio na atualidade com tantos monopólios e lobbies invadindo a comunicação de massa e o trabalho em jornais, rádios, TVs e Internet. Os dois também contaram episódios na aventura de fazer reportagens ou de lutar pela liberdade de informação, ambos defenderam o jornalismo investigativo, Cássio Freires leu um texto sobre este assunto, Padinha explicou a função ou a missão do jornalismo ambiental em meio à violência atual da realidade, ambos respondendo a variadas perguntas e dúvidas dos jovens estudantes, não só sobre o mercado de trabalho mas também sobre a realidade brasileira e a luta cultural hoje em dia. A seguir, trecho de um texto da Organização das Nações Unidas, distribuído via a Unic, que também foi levado à novíssima geração de repórteres que estão agora estudando na Unifran, eles, contemporâneos do futuro que todos juntos precisamos criar na atualidade do país, do planeta, da vida.
Plano
de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos
Jornalistas
“Cada
jornalista morto ou neutralizado pelo terror ou outras pressões é um observador a menos da condição
humana. Cada ataque distorce a realidade por criar um clima de medo e de
autocensura”, diz o documento da ONU
"Nos
últimos anos, tem havido evidências inquietantes da escala e do número de
ataques contra a segurança física de jornalistas e de trabalhadores da mídia,
bem como de incidentes que afetam sua capacidade de exercer a liberdade de
expressão, por meio de ameaças de processos judiciais, detenção, prisão, recusa
de acesso e ausência de investigação e de punição dos crimes contra esses
profissionais. Essas evidências têm sido levadas repetidamente à atenção da
comunidade internacional por organizações intergovernamentais, associações
profissionais, organizações não governamentais (ONGs) e outras partes
interessadas. As
estatísticas reunidas pela UNESCO, bem como por outras organizações como o
Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), a Repórteres sem Fronteiras (RSF), o
Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (INSI), o Intercâmbio
Internacional pela Liberdade de Expressão (IFEX) e a Associação Interamericana
de Imprensa (IAPA), testemunham a enorme quantidade de jornalistas e de
trabalhadores da mídia que têm sido perseguidos e mortos no exercício de sua
profissão. Além
disso, segundo o IFEX, em nove de dez casos, os autores desses crimes nunca são
processados. A impunidade, que pode ser entendida como o ato de não se levar à
Justiça os autores de violações aos direitos humanos, perpetua o ciclo de
violência contra jornalistas e deve ser enfrentada. A
segurança dos jornalistas e a luta contra a impunidade de seus assassinos são
essenciais para a preservação do direito fundamental à liberdade de expressão,
assegurada pelo Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A
liberdade de expressão é um direito individual, pelo qual ninguém deve ser
morto, mas é também um direito coletivo, que empodera
as populações por meio da facilitação do diálogo, da participação e da
democracia, o que, dessa forma, torna possível o desenvolvimento autônomo e
sustentável. Sem a liberdade de expressão e, particularmente, sem a liberdade de imprensa, é
impossível haver uma cidadania informada, ativa e engajada. Em um ambiente no
qual os jornalistas estão a salvo, o acesso à informação de qualidade é
facilitado aos cidadãos e, como resultado, muitos objetivos se tornam possíveis:
a governança democrática e a redução da pobreza, a conservação do meio ambiente,
a igualdade dos gêneros e o empoderamento das
mulheres, a justiça e uma cultura de direitos humanos, para citar apenas alguns.
Dessa forma, enquanto o problema da impunidade não se restringe à não investigação dos assassinatos de jornalistas e de
trabalhadores da mídia, a redução da sua capacidade de expressão priva a
sociedade como um todo de sua contribuição jornalística e resulta em um impacto
mais amplo na liberdade de imprensa, situação em que um ambiente de intimidação
e de violência leva à autocensura. Em um ambiente assim, as sociedades sofrem
porque não recebem as informações necessárias para realizar plenamente o seu
potencial. Os esforços para acabar com a impunidade em relação aos crimes
cometidos contra jornalistas devem ser conjugados com a defesa e a proteção dos
defensores dos direitos humanos, de forma mais ampla. Além disso, a proteção aos
jornalistas não se deve limitar somente àqueles que são formalmente reconhecidos
como jornalistas, mas deve abranger outros, incluindo
trabalhadores de veículos comunitários, cidadãos-jornalistas e outros que possam
utilizar novas mídias como meio para alcançar suas audiências. A promoção da segurança dos jornalistas e o combate à impunidade não devem ser
limitados a ações posteriores aos fatos, mas criando-se uma nova estrutura na realidade para a atuação na mídia".
Os pontos positivos e também os desafios da profissão repórter foram a pauta do encontro com futuros comunicadores |
O valor da informação na atualidade, a violência e outros problemas da realidade também foram enfocados |
Fontes: www.onu.org.br
http://folhaverdenews.blogspot.com
Poderá acontecer uma sequência deste primeiro contato entre repórteres e estudantes de comunicação, a professora da Faculdade de Jornalismo da Unifran, Liliana Mussalin Guimarães pensa agendar um encontro com o Sindicato de Jornalistas, que tem uma representação na região, para ampliar o alcance deste debate sobre o mercado de trabalho de radialistas, jornalistas e comunicadores das futuras gerações no país.
ResponderExcluirForam trocadas informações também sobre as características de cada tipo de veículo de comunicação, a rapidez e a economia de meios do rádio, lado a lado com a Internet as mídias que antecipam informações, a importância do jornalismo impresso refletir sobre os fatos e não se limitar a ser uma indústria de escândalos, a força das TVs e nelas a necessidade da liberdade da informação, a bem da cidadania e da vida da população.
ResponderExcluirAlém das novas tendências das FMs e AMs, foi também analisada a Internet como mídia mais independente, discutiu-se também o caso especial da NetRadio Brasil, que é uma nova estrutura de rádio, com a equipe dirigida por Beto Eliezer criando programas musicais para serem transmitidos em redes de lojas e em comunicação nas empresas.
ResponderExcluirUma da pautas de maior importância hoje em dia foi levantada, com a discussão sobre a missão do jornalismo ambiental (que busca uma nova cultura de equilíbrio entre a economia e a ecologia), bem como, a importância do repórter ir prá rua, em busca dos acontecimento, para também vivenciar e relatar a realidade da população.
ResponderExcluirMande vc tb a sua mensagem, opinião ou comentário sobre este post, tanto o debate com os estudantes de jornalismo, como o documento da ONU, que faz um alerta sobre a violência da atualidade: envie seu e-mail para a redação do nosso blog navepad@netsite.com.br
ResponderExcluir"A questão da violência contra os jornalistas é o reflexo dos problemas atuais da realidade também, vale debater isso desde já esta garotada que com encontros como este avança a sua visão da profissão, muito boa a iniciativa": a mensagem nos foi enviada pelo radialista Arnaldo Prata, de Formiga (MG).
ResponderExcluirCoincidindo com um dos temas deste nosso blog, recebemos via a Unic da ONU a seguinte informação: "A diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, denunciou o assassinato do diretor de rádio Cláudio Moleiro de Souza em Jaru, Rondônia, norte do Brasil, no último dia 12 de outubro. Bokova pediu uma investigação sobre o crime. “Eu condeno o assassinato de Cláudio Moleiro de Souza”, disse a diretora-geral. “Eu confio que as autoridades não pouparão esforços para investigar este caso, que é essencial para a preservação da liberdade de imprensa e para a proteção do direito dos jornalistas de desempenhar as suas funções profissionais.” Cláudio Moleiro de Souza, diretor da Rádio Meridional, foi baleado por um atirador que entrou na estação de rádio e também alvejou um dos colegas de Cláudio, o apresentador Alberto Duran Duran, que conseguiu sobreviver ao atentado. Cláudio é o sexto profissional da mídia brasileira neste ano cujo assassinato é registrado pela lista oficial da UNESCO".
ResponderExcluir