isolados ou de pouco contato.
O Conselho Missionário Indígena/Cimi tem levantado ao longo dos últimos 20 anos um relatório sobre as várias formas de violência contra os índios, também contra povos da floresta ainda isolados, como o povo Awá-Guajá, que sobreviveu a massacres nos anos 70. Parte desta tribo vive isolada, enquanto outro grupo mantém contato com cidades ou aldeias menos distantes no Amazonas. O território deste povo está cada vez mais invadido e atualmente a principal ameaça à sua sobrevivência é a exploração de madeiras. Abrimos nosso webespaço aqui no blog da ecologia e da cidadania Folha Verde News para parte desta documentação, os internautas e pesquisadores ou outros interessados em informações mais detalhadas sobre alguns destes vários povos, podem entrar no site www.cimi.org.br e buscar o tópico Violências contra povos indígenas isolados e de pouco contato. A política do Cimi em relação aos povos mais isolados é, historicamente, de evitar que esses povos sejam forçados ao contato com as sociedades que os envolvem. Durante as décadas de 70 e 80, quando havia informação de que o risco de massacres ou de extinção do povo era grande, a atitude foi de iniciar contatos. Desde os anos 1990, no entanto, em todos os casos a luta do Cimi tem sido para que o Estado garanta as condições para a sobrevivência destes povos da floresta, através de demarcação de terras e de fiscalização dos territórios, para que seja respeitado o desejo das populações em continuarem vivendo à sua maneira original. As regionais do Cimi que atuam na região Amazônica identificaram mais de 60 povos indígenas sem contato com a sociedade envolvente e que estão em situação de risco. Destes 60, 17 povos estão estão na iminência de extinção devido a práticas de genocídio que se reproduzem desde muito tempo até os dias atuais, quando este tipo de problema aumenta de intensidade. Os povos indígenas atingidos por esse crime contra a humanidade localizam-se sobretudo em Rondônia, no norte do Mato Grosso e no sul do Amazonas. Este crime de genocídio tem sido praticados por grupos de extermínio a serviço de grileiros de terras públicas, madeireiros e fazendeiros. A estratégia é acabar com todo e qualquer vestígio da presença indígena para inviabilizar a garantia de seus direitos, a demarcação de suas terras, liberando-as para a apropriação privada, exploração dos recursos naturais, a pecuária e o agronegócio. Povos indígenas continuam sendo exterminados na Amazônia com o aniquilamento das culturas milenares – e de tudo o que elas representam em termos de sabedoria, diversidade ou pluriculturalidade e com eles vão sendo removidos os últimos obstáculos também para a destruição total do meio ambiente. "A destruição dos indígenas acelera o desequilibrio socioambiental e acaba com a ecologia dos recursos naturais, bem como com a história da nação brasileira", comenta aqui o Folha Verde News nosso editor, repórter e ecologista Antônio de Pádua Padinha, resumindo a seguir numa lista alguns dos povos da floresta mais ameaçados ou em processo de extinção, segundo os levantamentos do Cimi no Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazônia e regiões da fronteira do Brasil com outros países ao norte da América do Sul: Piripkura, Jururei, Jurua, Uru-Eu-Wau-Wau, Madija, Katauxi, Tenharin, Kurekete, Bararati, Rixbaktsa (Ykara Wakta), Jururei, Karipuna, Kantiana, Avá, Ugorogma (Anara), sendo que algumas destas tribos não têm sido mais avistadas, muitas das terras nativas já estão invadidas e os povos da floresta fugidios, temos que buscar uma forma de proteger a vida e a cultura dos moradores do mato.
Os Indios do Buraco são uma das tribos isoladas |
Fontes: www.cimi.org.br
Além destas 16 tribos citadas no relatório do Cimi, há outros povos da floresta isolados ou pouco contatados, mas todos vivem este drama de um genocídio que, por outros interesses, o Brasil está permitindo que se faça com os indígenas.
ResponderExcluirEsta postagem saiu fora do padrão Folha Verde News por problemas técnicos no material enviado da Amazônia para este blog, mas já estamos nos movimentando para acertar estes detalhes de comunicação.
ResponderExcluirEntre estes 16 povos indígenas pouco conhecidos, do Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Acre e em áreas de fronteira com outros países ao norte do Braisl, um deles, chamados na Amazônia como Moradores do Mato (Ykara Wakta), a aldeia Rikbaktsa, os seus membros têm sido pouco avistados e isso cria uma má expectativa, que suas terras estejam sendo invadidas e eles então fugindo dali.
ResponderExcluirA nossa equipe deste blog, que estamos realizando um documentário sobre a violência até o final deste ano, começo do ano que vem, estamos planejando fazer logo depois um trabalho cultural junto a estes povos indígenas pouco contatados, com o apoio de índios Karajás, do Pará e de Xavantes, do Mato Grosso.
ResponderExcluirO Brasil, as autoridades do setor e os líderes de cidadania ou de ecologia, os pesquisadores das universidades, todos precisamos criar um sistema de proteção à cultura e à vida dos povos indígenas: o mais básico num primeiro momento é a demarcação de suas terras.
ResponderExcluirMande a sua informação, opinião ou mensagem dentro desta nossa pauta de hoje aqui pro e-mail do blog: navepad@netsite.com.br
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