Brasil refém de modelo de produção e exportação que despreza nossas riquezas socioambientais
A análise apoiada pela WWF-Brasil informa ainda que avançando há décadas sempre para onde a terra é “mais barata” e a infra-estrutura é precária, setores atrasados do agronegócio pautam governos incessantemente com exigências por asfaltamento de estradas, construção de portos e outras obras embaladas em pacotes como o do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento: “Mas a população ainda não entendeu a extensão e os reais custos desses projetos, quase sempre destinados a atender demandas setoriais e não aos interesses reais e de longo prazo do país. O país não pode seguir como refém de um modelo perverso de produção e exportação que despreza nossas riquezas socioambientais”, disse Regina Araújo.
Além de todas estas considerações, a especialista critica a anistia aos grandes desmatadores, que é um dos pontos mais ruralistas do novo Código Florestal, prestes a ser rediscutido na Câmara, depois de passar pelo Senado. Desde já entidades socioambientais com apóio de variados setores da Nação estão pedindo o veto de Dilma Rousseff, prevendo o fracasso das rediscussões a serem feitas agora pelos Deputados Federais, pressionados por toda esta situação e mais ainda pelos lobbies dos grandes agronegócios, multinacionais de agrotóxicos e outras forças poderosas. Com tantas evidências e problemas, é mais do que claro que a proposta de reforma do Código Florestal não está pronta para ser votada. “Do jeito que está, é puro atropelo. O projeto é repleto de falhas técnicas e legislativas que deixam completamente a descoberto o patrimônio ambiental brasileiro”, completou Regina Araújo, da USP.
Aldem Bourscheit reportou para a WWF, bem como para sites jornalísticos e blogs de ecologia que abrem espaço para esta discussão, como o Folha Verde News, a análise que foi apresentada para a Frente Parlamentar Ambientalista na Câmara dos Deputados e jogou na balança das críticas sobre o projeto de reforma do Código Florestal, o poderio econômico do agronegócio e suas demandas por infra-estrutura e menos proteção ambiental. Doutora em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), Regina Araújo ponderou que o superávit do modelo agrícola exportador nacional parece blindar a economia interna de crises econômicas globais cada vez mais comuns. Levando assim a um cenário onde governos seriam aparentemente obrigados a ceder a suas exigências crescentes por estradas, portos e ferrovias, bem como pelo desmanche da legislação ambiental brasileira: “Nossas leis ambientais estão em construção desde a década de 1930, e até agora não provocaram nenhum impedimento ao espantoso crescimento do agronegócio”, lembrou a pesquisadora. O Brasil é hoje o segundo maior exportador individual de produtos agrícolas, logo atrás dos Estados Unidos e da União Européia. “Essa conquista não é exclusiva do setor, mas do conjunto da sociedade brasileira, que bancou com subsídios e créditos anos de pesquisa e desenvolvimento”. Observando o bloco econômico europeu, Regina Araújo também comentou que lá a agropecuária foi estruturada em pequenas e médias propriedades. Bem diferente do modelo concentrador de terras e renda focado em produzir commodities de exportação e não alimentos para chegarem à mesa dos brasileiros. Sete em cada dez quilos de soja produzida no Brasil são processados por apenas nove empresas, e destas cinco são transnacionais: ADM (Estados Unidos), Cargill (Estados Unidos), Bunge (Holanda), Louis Dreyfus (França) e Grupo Noble (Cingapura): “Não deixa de ser irônica a chiadeira que setores do agronegócio tecem à suposta ingerência do movimento ambientalista em assuntos de interesse brasileiro”, chegou a escrever a pesquisadora em conjunto com a geógrafa Paula Watson (USP) no artigo De onde vem a força do agronegócio? A análise apoiada pela WWF-Brasil informa ainda que avançando há décadas sempre para onde a terra é “mais barata” e a infra-estrutura é precária, setores atrasados do agronegócio pautam governos incessantemente com exigências por asfaltamento de estradas, construção de portos e outras obras embaladas em pacotes como o do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento: “Mas a população ainda não entendeu a extensão e os reais custos desses projetos, quase sempre destinados a atender demandas setoriais e não aos interesses reais e de longo prazo do país. O país não pode seguir como refém de um modelo perverso de produção e exportação que despreza nossas riquezas socioambientais”, disse Regina Araújo.
Além de todas estas considerações, a especialista critica a anistia aos grandes desmatadores, que é um dos pontos mais ruralistas do novo Código Florestal, prestes a ser rediscutido na Câmara, depois de passar pelo Senado. Desde já entidades socioambientais com apóio de variados setores da Nação estão pedindo o veto de Dilma Rousseff, prevendo o fracasso das rediscussões a serem feitas agora pelos Deputados Federais, pressionados por toda esta situação e mais ainda pelos lobbies dos grandes agronegócios, multinacionais de agrotóxicos e outras forças poderosas. Com tantas evidências e problemas, é mais do que claro que a proposta de reforma do Código Florestal não está pronta para ser votada. “Do jeito que está, é puro atropelo. O projeto é repleto de falhas técnicas e legislativas que deixam completamente a descoberto o patrimônio ambiental brasileiro”, completou Regina Araújo, da USP.
Jovens estudantes estão entre os setores que apóiam ecologistas e cientistas na questão |
A anistia aos grandes desmatadores é um dos pontos ruralistas do novo Código Florestal |
A Nação pede uma nova estrutura para o agronegócio no país |
Fontes: www.wwf.org.br
http://folhaverdenews.blogspot.com
O peso técnico e a clareza destes argumentos colocados pela pesquisadora da USP, doutora Regina Araújo, precisa mobilizar a Nação para que lute pelo veto presidencial ao novo Código Florestal, uma vez que os parlamentares nao parecem se motivar por razões científicas, socioambientais e de interesse nacional.
ResponderExcluirNesta reta final das discussões sobre o novo Código Florestal, estes argumentos aqui apresentados são fundamentais, a decisão está num primeiro momento agora e de novo com a Câmara Federal, mas como já não se espera quase nada de avanço dos nossos parlamentares, centenas de entidades socioambientais já fazem campanha pelo Veta. Dilma.
ResponderExcluirO veto da Presidente Dilma Rousseff ou uma nova estrutura de Código Florestal e também dos agronegócios no Brasil, isso sim aumentaria a liderança mundial do nosso país, não só na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável em junho no Rio de Janeiro (Rio+20) mas também no mercado internacional e na melhoria da qualidade de vida para a população e maior chance para a recuperação da nossa ecologia, base de todo o futuro da Nação.
ResponderExcluirSuperimportante a campanha que a partir de hoje está fazendo a entidade ambiental e de cidadania Avaaz: nossa equipe participou da campanha, enviando um comentário, que tb cabe aqui nesta discussão, a partir das informações colocadas pelo pesquisadora da USP, Regina Araújo: temos que pedir o veto da Presidente da República ao novo Código Florestal que só atende aos interesses dos ruralistas e dos grandes agrobuseness, além do mais, pedir tb uma nova estrutura para o agronegócio, a bem da economia rural, da ecologia, da qualidade de vida da população e do futuro da vida no Brasil.
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