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terça-feira, 13 de março de 2012

PESQUISADORA DA USP DIZ QUE NOVO CÓDIGO FLORESTAL É NEGATIVO PARA A NAÇÃO

Brasil refém de modelo de produção e exportação que despreza nossas riquezas socioambientaisAldem Bourscheit reportou para a WWF, bem como para sites jornalísticos e blogs de ecologia que abrem espaço para esta discussão, como o Folha Verde News,  a análise que foi apresentada para a Frente Parlamentar Ambientalista na Câmara dos Deputados e jogou na balança das críticas sobre o projeto  de reforma do Código Florestal, o poderio econômico do agronegócio e suas demandas por infra-estrutura e menos proteção ambiental. Doutora em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), Regina Araújo ponderou que o superávit do modelo agrícola exportador nacional parece blindar a economia interna de crises econômicas globais cada vez mais comuns. Levando assim a um cenário onde governos seriam aparentemente obrigados a ceder a suas exigências crescentes por estradas, portos e ferrovias, bem como pelo desmanche da legislação ambiental brasileira: “Nossas leis ambientais estão em construção desde a década de 1930, e até agora não provocaram nenhum impedimento ao espantoso crescimento do agronegócio”, lembrou a pesquisadora. O Brasil é hoje o segundo maior exportador individual de produtos agrícolas, logo atrás dos Estados Unidos e da União Européia. “Essa conquista não é exclusiva do setor, mas do conjunto da sociedade brasileira, que bancou com subsídios e créditos anos de pesquisa e desenvolvimento”. Observando o bloco econômico europeu, Regina Araújo também comentou que lá a agropecuária foi estruturada em pequenas e médias propriedades. Bem diferente do modelo concentrador de terras e renda focado em produzir commodities de exportação e não alimentos para chegarem à mesa dos brasileiros. Sete em cada dez quilos de soja produzida no Brasil são processados por apenas nove empresas, e destas cinco são transnacionais: ADM (Estados Unidos), Cargill (Estados Unidos), Bunge (Holanda), Louis Dreyfus (França) e Grupo Noble (Cingapura): “Não deixa de ser irônica a chiadeira que setores do agronegócio tecem à suposta ingerência do movimento ambientalista em assuntos de interesse brasileiro”, chegou a escrever a pesquisadora em conjunto com a geógrafa Paula Watson (USP) no artigo De onde vem a força do agronegócio?
A análise apoiada pela WWF-Brasil  informa ainda que avançando há décadas sempre para onde a terra é “mais barata” e a infra-estrutura é precária, setores atrasados do agronegócio pautam governos incessantemente com exigências por asfaltamento de estradas, construção de portos e outras obras embaladas em pacotes como o do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento: “Mas a população ainda não entendeu a extensão e os reais custos desses projetos, quase sempre destinados a atender demandas setoriais e não aos interesses reais e de longo prazo do país. O país não pode seguir como refém de um modelo perverso de produção e exportação que despreza nossas riquezas socioambientais”, disse Regina Araújo.
Além de todas estas considerações, a especialista critica a anistia aos grandes desmatadores, que é um dos pontos mais ruralistas do novo Código Florestal, prestes a ser rediscutido na Câmara, depois de passar pelo Senado. Desde já entidades socioambientais com apóio de variados setores da Nação estão pedindo o veto de Dilma Rousseff, prevendo o fracasso das rediscussões a serem feitas agora pelos Deputados Federais, pressionados por toda esta situação e mais ainda pelos lobbies dos grandes agronegócios, multinacionais de agrotóxicos e outras forças poderosas. Com tantas evidências e problemas, é mais do que claro que a proposta de reforma do Código Florestal não está pronta para ser votada. “Do jeito que está, é puro atropelo. O projeto é repleto de falhas técnicas e legislativas que deixam completamente a descoberto o patrimônio ambiental brasileiro”, completou Regina Araújo, da USP.
Jovens estudantes estão entre os setores que apóiam ecologistas e cientistas na questão

A anistia aos grandes desmatadores é um dos pontos ruralistas do novo Código Florestal

A Nação pede uma nova estrutura para o agronegócio no país

Fontes
: www.wwf.org.br
             http://folhaverdenews.blogspot.com

4 comentários:

  1. O peso técnico e a clareza destes argumentos colocados pela pesquisadora da USP, doutora Regina Araújo, precisa mobilizar a Nação para que lute pelo veto presidencial ao novo Código Florestal, uma vez que os parlamentares nao parecem se motivar por razões científicas, socioambientais e de interesse nacional.

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  2. Nesta reta final das discussões sobre o novo Código Florestal, estes argumentos aqui apresentados são fundamentais, a decisão está num primeiro momento agora e de novo com a Câmara Federal, mas como já não se espera quase nada de avanço dos nossos parlamentares, centenas de entidades socioambientais já fazem campanha pelo Veta. Dilma.

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  3. O veto da Presidente Dilma Rousseff ou uma nova estrutura de Código Florestal e também dos agronegócios no Brasil, isso sim aumentaria a liderança mundial do nosso país, não só na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável em junho no Rio de Janeiro (Rio+20) mas também no mercado internacional e na melhoria da qualidade de vida para a população e maior chance para a recuperação da nossa ecologia, base de todo o futuro da Nação.

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  4. Superimportante a campanha que a partir de hoje está fazendo a entidade ambiental e de cidadania Avaaz: nossa equipe participou da campanha, enviando um comentário, que tb cabe aqui nesta discussão, a partir das informações colocadas pelo pesquisadora da USP, Regina Araújo: temos que pedir o veto da Presidente da República ao novo Código Florestal que só atende aos interesses dos ruralistas e dos grandes agrobuseness, além do mais, pedir tb uma nova estrutura para o agronegócio, a bem da economia rural, da ecologia, da qualidade de vida da população e do futuro da vida no Brasil.

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