Ao contrário da tendência geral na maior parte do país e do planeta, Franca está apoiando o uso de sacolas plásticas nos supermercados, lojas e congêneres da cidade, pelo menos, é a lei proposta por um vereador do PPS que está virando piada, deboche ou tema de crítica em vários setores da população e da mídia: por sinal, não vamos aqui publicar os nomes do vereador que propôs a esquisita legislação nem os dos vereadores que a apoiaram, mesmo porque ela tem basicamente um sentido popularesco, nesta época pré-eleitoral, com o eveidente objetivo de angariar a simpatia das camadas menos informadas do eleitorado (numa palavra, votos). "Não foi o chamado povão, que já estava se virando e a favor da abolição das sacolinas, mas algumas pessoas andaram reclamando em programas de rádios que a falta de sacolas plásticas estava dificultando ou encarecendo o consumo e a Câmara Municipal de Franca entrou nessa armadilha", comentou a dona de casa e professora estadual Heloisa Pimenta de Sousa, contrária à iniciativa da Câmara: "Estes vereadores não fazem nada e quando fazem, é só besteira".... A exceção neste caso ficou por conta de dois vereadores do PT, Silas Cuba e Paulo Afonso, que ficaram contra a nova lei que ainda precisa ser sancionada pelo Prefeito Municipal para entrar em vigor.
A Associação Francana de Supermercados, que desde janeiro vinha implantando a abolição das sacolas plásticas, com o propósito de fazer disso uma defesa do meio ambiente e um fator de educação ecológica dos consumidores, já se manifestou: o presidente da entidade, Carlos Pereira considerou a nova lei inconstitucional, "não creio que os empresários possam ser proibidos de usar sacolas plásticas em seus estabelecimentos". Ele passou o assunto para análise do seu departamento jurídico.
Por coincidência, ontem em Franca, a Revista Enfoque havia entrado em circulação com uma reportagem bastante ampla sobre o problema, com certeza, os vereadore não a leram...
Franca na contramão de uma tendência socioambiental
Os supermercados de todo Estado, filiados a Associação Paulista de Supermercados (APAS), decidiram substituir as sacolas plásticas descartáveis por reutilizáveis. Desde 25 de janeiro entrara em vigor acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a Apas e municípios para que todas as lojas associadas à entidade deixassem de entregar sacolas descartáveis. A adesão da APAS a campanha foi um investimento na conscientização dos consumidores, que a partir de agora terão de levar suas sacolas reutilizáveis para as compras, ou caixas de papelão, ou carrinhos de feira. A associação já havia definido o tema da APAS desde 2008: “Sustentabilidade em nome do consumidor”, com a proposta de estimular o debate sobre como o setor de supermercados poderia contribuir de forma efetiva com a preservação ambiental, proposta que vem cada vez mais mobilizando os mais variados setores da população do país e do mundo pelo seu conteúdo socioambiental. Há realmente a necessidade de medidas sustentáveis (economia rimando com ecologia) também no setor comercial, no caso, a abolição das sacolas de plástico facilitam a gestão de resíduos, a seleção de materiais na reciclagem, o uso consciente de água e energia e neutralização de carbono. Ficou definida, constando em lei, que: “Sacola retornável seria aquela produzida em material durável e resistente, destinada à reutilização continuada. A biodegradável ou oxibiodegradável seria a sacola produzida com qualquer material que apresente degradação acelerada por luz e calor, e posterior capacidade de ser desintegrada em até 18 meses. O resultado da decomposição do material usado na produção deste tipo de sacola deverá ser gás carbônico, água e biomassa, e não poderá gerar resíduos que apresentem qualquer risco de toxidade ou ameaça ao ambiente”.
Desde maio do ano passado, durante APAS 2011, um termo de cooperação foi assinado entre o Governo e a APAS para a substituição de sacolas plásticas descartáveis à base de petróleo nos supermercados de todo o Estado de São Paulo. A implantação estava sendo feita agora em 2012, também em Franca.
Não é a única alternativa mas algo muito importante
Vereadores de Franca mostram desconhecer o sentido ambiental e educacional da questão |
O editor deste blog, Antônio de Pádua, o ecologista Padinha, repetiu aqui ao Folha Verde News o que disse na reportagem da revista Enfoque e em entrevistas à Rádio Imperador e às TVs da região de Franca: "A abolição das sacolas plásticas é importante como educação ambiental do consumidor, também para atenuar os danos ao meio ambiente causados por centenas de subprodutos do petróleo nesta civilização do plástico. Mas o consumidor sente a falta de uma gestão ambiental e sustentável do poder público, que precisaria planejar melhor a execução desta medida de muito valor socioambiental. Isso porém, não justifica uma reação meio que estranha ou eleitoreira dos vereadores francanos, na contramão da tendência cultural brasileira e mundial". Padinha completa o seu comentário, dizendo que "não basta abolir apenas as sacolas de plástico, é necessário muito mais, mudar também a própria estrutura da vida na atualidade, com a implantação de uma gestão pública e privada de Desenvolvimento Sustentável, equilibrando economia e ecologia, a bem da qualidade de vida da população".
Porém, neste momento, ele e toda a equipe do blog Folha Verde News se colocam a favor da Associação Francana de Supermercados que, sem dúvida, deverá entrar com ação judicial contra a esquisita lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, no contrapé da realidade. Os senhores vereadores poderiam sim é ter criado uma legislação que representasse um alternativa para facilitar os consumidores a não usarem as sacolas plásticas.
Fontes: Revista Enfoque Franca
EPTV
http://folhaverdenews.blogspot.com
A nossa equipe concorda exatamente com a opinião da professora entrevistada na matéria, que disse que os Vereadores quase nunca fazem nada e quando fazem, não sabem defender os interesses da população.
ResponderExcluirO conteúdo ambiental, sustentável e educacional da abolição das sacolas de plástico, pela sua importância, deveria merecer uma análise mais aprofundada e técnica dos Vereadores de Franca e não uma legislação precipitada e popularesca, sim, talvez, uma lei que amparasse a mudança de hábito dos consumidores, a bem do meio ambiente e da saúde da população.
ResponderExcluirA tal lei a favor das sacolas plásticas talvez gere polêmica mas com certeza causará prejuízos à credibilidade dos políticos da atualidade, mais uma vez, bem como, neste caso, à própria imagem da cidade de Franca.
ResponderExcluirSupermercados ameaçam questionar lei das sacolinhas
ResponderExcluirSe projeto for sancionado pelo prefeito, comerciantes dizem que vão à Justiça para barrar medida
Da Redação/DF
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