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sábado, 28 de janeiro de 2012

UM ACONTECIMENTO DA NATUREZA NO MEIO DA CIDADE

Nascem filhotes de Rolinha em vasos numa sacada de prédio em condomínio de Franca

Élide do Couto Rosa Rodrigues Silva, seus familiares e vizinhos todos estão encantados com um ninho de Rolinhas que se desenvolveu naturalmente na sacada do apartamento desta ex-professora de Geografia e ex-diretora de escola estadual no Estreito, na divisa entre Minas e São Paulo. Ela mora com o filho mais novo e duas netas neste apartamento no 1º andar no condomínio Ecoville, em Franca (SP). O condomínio fica ao lado de uma pequena mata nativa da AABB, felizmente tombada e livre de destruição (por enquanto) às margens do córrego Espraiado relativamente limpo nesta região quase fronteiriça da cidade, ali, o pequeno pomar é frequentado diariamente também por Bentivis, Sabiás, Pica-Paus, Rolinhas, Pombas do Bando, Maritacas e outras espécies de passarinhos, na matinha nativa há Tucanos, Micos, Mutuns e recentemente têm sido ouvidas e vistas Saracuras. Moradores e funcionários do condomínio tentam ajudar na preservação dos pássaros. Mas agora o que aconteceu é o melhor sinal da convivência entre natureza e ser humano, bem ali na divisa entre espaço urbano e rural, um ninho de Rolinhas em plantas na sacada de um apartamento. A professora Élide inicialmente pensou que se tratassem de Codornas, mas agora ela está quase convencida totalmente que se trata de uma família de Rolinhas, pelas características visuais da mãe e dos filhotes: "É algo que dá muita alegria prá gente, todos enfrentamos problemas na vida, a natureza, esses passarinhos são um bom sinal".
Aparentemente, o ninho destes passarinhos pode estar classificado como sendo de Columbina cyanopis / Rolinha-do-planalto; Pombinha-olho-azul; Rolinha-brasileira, Rolinha do Brasil Central, principalmente, desta última espécie (Rolinha brasileira, com ocorrência desde o Brasil Central) e conforme reportagem de Angela Joenck no site Terra, estes passarinhos estão na lista dos ameaçados de extinção no país da natureza, cada vez mais desequilibrado em seu meio ambiente natural.
O Brasil possui atualmente 627 espécies ameaçadas de extinção, de acordo com pesquisa do Ministério do Meio Ambiente realizada ainda em 2008. O levantamento anterior, feito em 1989, mostrava uma lista de 218 animais, mas não incluía peixes e outras espécies aquáticas. Todas estão descritas no Livro Vermelho, publicado pelo Ministério. Mesmo se separarmos as espécies na pior categoria - "criticamente ameaçadas" -, a quantidade ainda é enorme, compreendendo mamíferos, répteis, anfíbios, aves, peixes e invertebrados. O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. Semelhante ao surgimento de novas espécies, a extinção é um evento previsível, espécies surgem por meio de especiação (longo isolamento geográfico, seguido de diferenciação genética) e desaparecem devido a eventos de extinção (catástrofes naturais, competidores mais eficientes). Mas o surgimento e a extinção de espécies são eventos extremamente lentos, e que levam milhares ou até mesmo milhões de anos para ocorrer, a exemplo do que aconteceu com os Dinossauros. Porém, o homem e a atual forma de vida vem acelerando muito a taxa de extinção de espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente deste processo. "Os animais em risco estão muitas vezes sufocados pelo desmatamento provocado pela pecuária, pela abertura de terras, pela poluição e a expansão urbana", diz a bióloga Ellen Augusta de Freitas. Uma em cada 11 espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil (522 espécies), juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1.622), uma em cada quinze espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios (516). Muitas dessas são exclusivas para o Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios.Para Ellen, a extinção de pequenos animais que normalmente são esquecidos, como rãs e sapos, afeta de forma drástica a vida de todos. "Eles são de imensa importância para todo o ecossistema, mas geralmente a população associa animais em extinção com espécies emblemáticas, como a onça e a baleia. Mas estes animais estão em risco devido a poluição e extinção de muitos banhados. O fim de áreas úmidas traz prejuízo ao clima, à qualidade da água e a toda uma gama de  espécies"...

Os filhotes de Rolinha estão num ninho em vaso de planta típica de regiões úmidas

Um acontecimento feliz para a Professora Élide, seus familiares e vizinhos, para a natureza da cidade

Um sinal de vida em meio a uma crescente no desequilíbrio do meio ambientente natural em todo o país
"Ainda bem que no limite da região urbana de Franca, resistem o brejo do Espraiado, a pequena mata nativa da AABB e estes pássaros todos, como agora é o caso deste ninho junto à janela da professora Élide, uma pessoa com consciência ecológica, premiada com este acontecimento de muita beleza", comentou  por sua vez o ecologista Padinha, editor deste blog Folha Verde News.
A lista completa de animais em extinção divulgada pelo Ministério do Meio ambiente pode ser acessada no link:

http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=179&idConteudo
=8122&idMenu=8631.


Fontes: http://folhaverdenews.blogspot.com
             www.terra.com.br

3 comentários:

  1. Um evento de rara beleza que serve também como meio de educação ambiental, para que as pessoas lutem para mudar e avançar a atual realidade do Brasil e da vida.

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  2. O país da natureza está cada vez mais perdendo esta condição e pode vir a ser diferente, pode haver a convivência da ecologia com o avanço da economia, desde que numa forma de viver e de desenvolvimento mais sustentável, mais equilibrada.

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  3. Acontecimentos como este, dentro dos eventos da natureza e do espaço urbano, são um símbolo positivo para as mudanças e avanços que se fazem necessários (e urgentes) no dia a dia da realidade da vida atual.

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