Élide do Couto Rosa Rodrigues Silva, seus familiares e vizinhos todos estão encantados com um ninho de Rolinhas que se desenvolveu naturalmente na sacada do apartamento desta ex-professora de Geografia e ex-diretora de escola estadual no Estreito, na divisa entre Minas e São Paulo. Ela mora com o filho mais novo e duas netas neste apartamento no 1º andar no condomínio Ecoville, em Franca (SP). O condomínio fica ao lado de uma pequena mata nativa da AABB, felizmente tombada e livre de destruição (por enquanto) às margens do córrego Espraiado relativamente limpo nesta região quase fronteiriça da cidade, ali, o pequeno pomar é frequentado diariamente também por Bentivis, Sabiás, Pica-Paus, Rolinhas, Pombas do Bando, Maritacas e outras espécies de passarinhos, na matinha nativa há Tucanos, Micos, Mutuns e recentemente têm sido ouvidas e vistas Saracuras. Moradores e funcionários do condomínio tentam ajudar na preservação dos pássaros. Mas agora o que aconteceu é o melhor sinal da convivência entre natureza e ser humano, bem ali na divisa entre espaço urbano e rural, um ninho de Rolinhas em plantas na sacada de um apartamento. A professora Élide inicialmente pensou que se tratassem de Codornas, mas agora ela está quase convencida totalmente que se trata de uma família de Rolinhas, pelas características visuais da mãe e dos filhotes: "É algo que dá muita alegria prá gente, todos enfrentamos problemas na vida, a natureza, esses passarinhos são um bom sinal".
Aparentemente, o ninho destes passarinhos pode estar classificado como sendo de Columbina cyanopis / Rolinha-do-planalto; Pombinha-olho-azul; Rolinha-brasileira, Rolinha do Brasil Central, principalmente, desta última espécie (Rolinha brasileira, com ocorrência desde o Brasil Central) e conforme reportagem de Angela Joenck no site Terra, estes passarinhos estão na lista dos ameaçados de extinção no país da natureza, cada vez mais desequilibrado em seu meio ambiente natural.
O Brasil possui atualmente 627 espécies ameaçadas de extinção, de acordo com pesquisa do Ministério do Meio Ambiente realizada ainda em 2008. O levantamento anterior, feito em 1989, mostrava uma lista de 218 animais, mas não incluía peixes e outras espécies aquáticas. Todas estão descritas no Livro Vermelho, publicado pelo Ministério. Mesmo se separarmos as espécies na pior categoria - "criticamente ameaçadas" -, a quantidade ainda é enorme, compreendendo mamíferos, répteis, anfíbios, aves, peixes e invertebrados. O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. Semelhante ao surgimento de novas espécies, a extinção é um evento previsível, espécies surgem por meio de especiação (longo isolamento geográfico, seguido de diferenciação genética) e desaparecem devido a eventos de extinção (catástrofes naturais, competidores mais eficientes). Mas o surgimento e a extinção de espécies são eventos extremamente lentos, e que levam milhares ou até mesmo milhões de anos para ocorrer, a exemplo do que aconteceu com os Dinossauros. Porém, o homem e a atual forma de vida vem acelerando muito a taxa de extinção de espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente deste processo. "Os animais em risco estão muitas vezes sufocados pelo desmatamento provocado pela pecuária, pela abertura de terras, pela poluição e a expansão urbana", diz a bióloga Ellen Augusta de Freitas. Uma em cada 11 espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil (522 espécies), juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1.622), uma em cada quinze espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios (516). Muitas dessas são exclusivas para o Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios.Para Ellen, a extinção de pequenos animais que normalmente são esquecidos, como rãs e sapos, afeta de forma drástica a vida de todos. "Eles são de imensa importância para todo o ecossistema, mas geralmente a população associa animais em extinção com espécies emblemáticas, como a onça e a baleia. Mas estes animais estão em risco devido a poluição e extinção de muitos banhados. O fim de áreas úmidas traz prejuízo ao clima, à qualidade da água e a toda uma gama de espécies"...
Os filhotes de Rolinha estão num ninho em vaso de planta típica de regiões úmidas |
Um acontecimento feliz para a Professora Élide, seus familiares e vizinhos, para a natureza da cidade |
Um sinal de vida em meio a uma crescente no desequilíbrio do meio ambientente natural em todo o país |
A lista completa de animais em extinção divulgada pelo Ministério do Meio ambiente pode ser acessada no link:
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=179&idConteudo
=8122&idMenu=8631.
Fontes: http://folhaverdenews.blogspot.com
www.terra.com.br
Um evento de rara beleza que serve também como meio de educação ambiental, para que as pessoas lutem para mudar e avançar a atual realidade do Brasil e da vida.
ResponderExcluirO país da natureza está cada vez mais perdendo esta condição e pode vir a ser diferente, pode haver a convivência da ecologia com o avanço da economia, desde que numa forma de viver e de desenvolvimento mais sustentável, mais equilibrada.
ResponderExcluirAcontecimentos como este, dentro dos eventos da natureza e do espaço urbano, são um símbolo positivo para as mudanças e avanços que se fazem necessários (e urgentes) no dia a dia da realidade da vida atual.
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