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domingo, 25 de dezembro de 2011

CIENTISTAS E ECOLOGISTAS ALERTAM SOBRE O AQUÍFERO GUARANI

Aqüífero Guarani poderá disparar a maior tragédia ambiental do país e do planeta
 
O mais precioso bem da humanidade encontrou nos subterrâneos do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai o seu maior reservatório, o Aqüífero Guarani é a principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul e um dos maiores sistemas aqüíferos do mundo, ocupando uma área total de 1,2 milhões de quilômetros quadrados. Oitocentos e quarenta mil quilômetros quadrados do reservatório estendem-se pelo Brasil (840.000 Km²), 58.500 Km² estão no Paraguai, 58.500 Km² no Uruguai e 255.000 Km² na Argentina, A maior ocorrência do Aqüífero Guarani se dá portanto em território brasileiro (2/3 da área total) abrangendo os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, como vimos acima. A sua denominação foi dada pelo geólogo uruguaio Danilo Anton em memória do povo indígena da região, tem uma área de recarga de 150.000 Km², sendo constituído pelos sedimentos arenosos da Formação Pirambóia na Base (Formação Buena Vista na Argentina e Uruguai) e arenitos Botucatu no topo (Missiones no Paraguai,Tacuarembó no Uruguai e na Argentina). Constitui-se em uma importante reserva estratégica para o abastecimento da população, para o desenvolvimento das atividades econômicas e do lazer. Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160 Km³/ano, sendo que desta, 40 Km³/ano constitui o potencial explotável sem riscos para o sistema aqüífero. As águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos, sendo que em sua porção confinada, os poços têm cerca de 1.500 m de profundidade e podem produzir vazões superiores a 700 m³/h. No Estado de São Paulo, o Aqüífero Guarani é explorado por mais de 1000 poços e ocorre numa faixa no sentido sudoeste-nordeste. Sua área de recarga ocupa cerca de 17.000 Km² onde se encontra a maior parte dos poços. Esta área em especial em torno da região de Ribeirão Preto (como mostramos na matéria de ontem sobre a poluição por herbicidas das plantações de cana de açúcar) é a mais vulnerável e deve ser objeto de programas de planejamento e gestão ambiental permanentes para se evitar a contaminação da água subterrânea e sobrexplotação do Aqüífero Guarani com o conseqüente rebaixamento do lençol freático e o impacto nos corpos d'água superficiais.


Uma das maiores reservas de água do país e do planeta ameaçadas no Brasil

Só o Desenvolvimento Sustentável no Brasil e na América do Sul resolvem o problema

Cientistas especializados alertam sobre clima e aquíferos


Aumento da demanda, contaminação e redução da recarga são alguns dos problemas que as mudanças climáticas podem trazer aos aquíferos subterrâneos nas próximas décadas, o que afetaria diretamente cerca de 150 milhões de pessoas. Quando se trata de mudanças climáticas, sabemos que uma das consequências do fenômeno é a alteração da precipitação de chuvas e o aumento ou diminuição do fluxo dos rios. Mas quase nunca paramos para pensar que os aquíferos subterrâneos, algumas das principais fontes de abastecimento hídrico, também poderão ser fortemente impactados pelas mudanças climáticas.
Durante o I Congresso Internacional “O futuro da água no Mercosul”, que aconteceu há 30 dias em Florianópolis, especialistas em recursos hídricos se reuniram para debater os efeitos das mudanças climáticas nos mananciais de água da América do Sul, sobretudo nas reservas subterrâneas como o Aquífero Guarani. Segundo o geólogo Ricardo Hirata, professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) atualmente dois bilhões de pessoas no mundo dependem de águas subterrâneas, das quais os aquíferos são a principal fonte. E caso os efeitos das mudanças climáticas continuem atingindo estes aquíferos, até o final do século entre 60 e 150 milhões de pessoas serão afetadas diretamente pela falta de recursos hídricos subterrâneos, explicou Luis Filipe Tavares Ribeiro, professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa. Na América do Sul, as consequências das mudanças climáticas já estão sendo sentidas na prática. Para se ter uma ideia, o Peru, em oito anos, perdeu 21% das suas reservas de gelo dos Andes, que abastecem boa parte dos rios e lagos do país. No Brasil, as enchentes e cheias cada vez mais severas mostram que nosso país também não está imune ao fenômeno. Aqui, o índice de pessoas que dependem de águas subterrâneas no país fica entre 40% e 60%, sendo que destas, 13% dependem parcialmente destes aquíferos e 39% dependem totalmente destes recursos. Entre os impactos diretos e indiretos das mudanças climáticas também no Aqüífero Guarani estão o aumento da demanda – pois haverá redução da oferta de águas superficiais; a contaminação dos mananciais – haverá menos água para diluir a poluição, a sobre-exploração,  a invasão de águas salgadas em reservas hídricas doces e  a redução da recarga dos aquíferos por causa da diminuição de chuvas entre outros problemas que já podem ser dimensionados.  No Brasil,  os maiores impactos das mudanças climáticas serão na Amazônia e do Nordeste, justamente as regiões que são as mais afetadas atualmente. Nestas regiões, estima-se que a reserva hídrica dos aquíferos diminua 30% no Norte e 70% no Nordeste. Já no sul, centro e sudeste do país, calcula-se que a precipitação de chuvas irá aumentar, mas paradoxalmente, este aumento poderá levar à falta de água potável, pois a capacidade dos rios poderá ser excedida, levando ao transbordamento dos leitos e a enchentes. Não se trata de alguma profecia de um ecologista mais radical e sim, previsão dos cientistas especializados em recursos hídricos, o que aumenta ainda mais a gravidade deste alerta.




Fontes: Instituto CarbonoBrasil

 

             http://folhaverdenews.blogspot.com


3 comentários:

  1. Um resumo do conteúdos das matérias sobre os problemas e riscos do Aquífero Guarani, que postamos ontem e hoje aqui no blog Folha Verde News, foi encaminhada ao grupo de preparação do Governo para a Conferência Mundial da ONU em junho no Brasil (a Rio+20, 20 anos pós-Eco 92).

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  2. A oportunidade de colocar estas informações e comentários foi uma audiência pública para o Brasil definir as suas prioridades para a Rio+20. No caso dos ecologistas do interior, esta audiência foi também uma chance rara na atual estrutura governamental do país de a sociedade civil (no caso, ecologistas, cientistas) poderem dar sugestões. O problema é sermnos ouvidos ou estas sugestões serem entendidas ou acatadas.

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  3. Não somente no caso do Aquífero Guarani, onde a situação é dramática, mas em todos os tipos de recursos naturais brasileiros, o caminho para a alternativa de solução dos problemas é a implantação o mais urgente possível de uma gestão pública de Desenvolvimento Sustentável, que hoje é um sinônimo da própria criação do futuro da vida no país e no planeta também.

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