COMEÇA HOJE DEBATE SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS

No Peru, Sociedade Interamericana de Imprensa debate situação de violência também no Brasil

Relatório dos países serão apresentados na assembleia-geral de hoje até domingo: Brasil relata assassinatos, prisões, agressões e casos de censura, conforme nos informa o repórter Gabriel Manzano, do jornal  O Estado de S.Paulo, que está em Lima, capital peruana, onde acontece o evento de muito valor para a luta pela liberdade de informação em todos os tipos de mídia. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que reúne cerca de 1.300 jornais de vários países, começa nesta sexta-feira a sua 67.ª Assembleia-Geral, marcada por um dado preocupante: 21 jornalistas foram assassinados no exercício da profissão nos últimos seis meses – desde o encontro anterior da entidade em San Diego, nos Estados Unidos. Esse número torna os cerca de 30 relatórios nacionais – a serem lidos e discutidos a partir do domingo – o item mais importante do encontro, ao qual devem comparecer cerca de 500 editores e jornalistas de 30 países. O documento sobre o Brasil, a ser apresentado por Paulo de Tarso Nogueira, vice-presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da entidade, deve ser um dos primeiros. Nele, o total de crimes e violações contra a liberdade de imprensa chega a 23. São 4 assassinatos, 2 prisões, 8 agressões e 6 novos casos de censura determinada por juízes de vários Estados do País.

Ainda continuam  no Brasil casos de censura, agressões e até morte de jornalistas

Presidida pelo guatemalteco Gonzalo Marroquín, editor da revista Siglo 21, a assembleia será formalmente aberta apenas na segunda-feira, com um discurso do presidente peruano Ollanta Humala. Desde sua campanha presidencial, e nas decisões como presidente, ele tem defendido, como prometera, a liberdade de expressão no País. Dois ex-chefes de Estado também participarão do encontro – Carlos Mesa, da Bolívia, e Alejandro Toledo, do Peru – para um painel sobre as relações entre jornalismo e política. A próxima Assembléia-Geral da SIP será no Brasil em 2012. Até lá, a expectativa é que melhore a situação da violência cultural no país, que passou por Ditadura Militar, entre 1964 e 1986, onde aconteceram milhares de casos de censura e até morte de jornalistas e produtores culturais: depois da democratização, o problema continua, se bem que em proporção muito menor, "mas a simples existência de casos de censura e de agressões ou morte de profissionais de comunicação atestam que a democracia precisa ainda se concretizar por aqui em todo o continente americano, em toda a Terra enfim", comentou o repórter e ecologista Padinha, editor do blog Folha Verde News, vítima ele também de censura a 16 dos seus programas e projetos de programas de TV nos anos ditatoriais: "Superimportante esta pauta pela liberdade da informação em Lima e superatual, basta ver o que anda acontecendo em todo planeta".
Um momento mais quente ainda da agenda do encontro internacional de jornalistas deve ocorrer na segunda-feira: o criador do WikiLeaks, Julian Assange, participará por teleconferência de uma discussão sobre sua atuação na divulgação de dados sigilosos de governos. Ele é um ícone da liberdade atualmente.


Fontes: www.estadao.com.br
              http://folhaverdenews.blogspot.com