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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SATÉLITES MOSTRAM DESMATAMENTO AUMENTANDO NO BRASIL


Estudo patrocinado pelo Greenpeace mostra que Mato Grosso é o nº 1 do ranking de desmate
 
Marta Salomon fez reportagem no jornal O Estado de S.Paulo sobre esta pesquisa espacial demonstrando o aumento do desmatamento em Mato Grosso, associado à expansão da área de agricultura, em especial, soja, mais até do que à abertura de novos pastos na Amazônia, um estudo feito pela ONG Greenpeace.
Árvores derrubadas. Área em Sinop, em MT; no Estado, desmatamento subiu 36% entre agosto de 2010 e julho deste ano - Josi Pettengill/SECOM
Desmatamento subiu 36% entre agosto de 2010 e julho deste ano no MT

Mato Grosso deverá reassumir neste ano a liderança do ranking dos Estados que mais desmatam a floresta.  Mas, a taxa anual de devastação da Amazônia em 2011 também deverá aumentar, segundo projeções feitas com base em imagens de satélite do sistema de alertas, usado para mobilizar a ação de fiscais.O estudo do Greenpeace se baseou nos alertas de desmatamento lançados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre agosto de 2010 e julho de 2011, no período de apuração da taxa anual de desmatamento. A taxa oficial só será oficialmente conhecida no fim do ano.
A ONG considerou sob influência da agricultura as áreas desmatadas num raio de 500 metros de áreas ocupadas hoje predominantemente pela atividade, sobretudo o cultivo de grãos, como a soja. Da mesma forma, com base no uso atual da terra, foram consideradas áreas sob influência da pecuária.
Quase metade (46%) da área dos alertas de desmate lançados pelo sistema Deter, do Inpe, estão sob influência da agricultura. "Podemos afirmar que o desmatamento em áreas agrícolas em Mato Grosso puxou o aumento do desmatamento neste ano", resume o estudo. Os alertas somaram 32,2 mil hectares, ou 322 km2. No mesmo período, o aumento de alertas nas áreas de influência da pecuária no Estado foi de 27%. Em hectares, a área captada pelos satélites foi de 42,7 mil hectares ou 427 km2. As áreas degradadas detectadas pelos satélites do sistema Deter em Mato Grosso somam quase a metade da cidade de São Paulo.

"São dados provisórios, já que o Deter é um sistema de alerta e não de medição precisa do desmatamento. Os dados só poderão ser validados quando o Inpe divulgar as imagens e dados do sistema Prodes", diz o estudo. Amanhã, o governo divulga o primeiro levantamento do uso da terra em áreas desmatadas na Amazônia. Para isso, cruzou dados com o uso posterior feito em áreas desmatadas, e não apenas com base na atividade predominante. Os dados apontarão a liderança da pecuária no avanço das motosserras.
O diretor de combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires, avalia que a análise feita com base nos alertas de desmatamento não permitem uma conclusão definitiva. "Mas, no caso de Mato Grosso, Estado onde a agricultura tem o seu peso, a indicação parece razoável", comentou.
Ranking. O estudo da ONG indica ainda que Mato Grosso reassumirá o topo da lista dos desmatadores, posição ocupada pelo Pará desde 2006. O avanço das motosserras em Mato Grosso aumentou 36% entre agosto de 2010 e julho deste ano, enquanto na Amazônia subiu 16%.
Além do surto das motosserras em Mato Grosso, que motivou a criação de um gabinete de crise no governo federal, os satélites do Inpe já indicaram uma mudança no padrão do desflorestamento. Tomaram a dianteira os desmatamentos de grandes áreas, maiores que 300 hectares.
Mudanças da ocupação do solo definidas pelo zoneamento econômico-ecológico e a perspectiva de novas regras do Código Florestal, em debate no Congresso, foram apontadas como responsáveis pelo aumento do desmate em ofício assinado pelo então secretário de Meio Ambiente daquele Estado, Alexander Maia. Procurado pelo Estado, o novo secretário, Vicente Falcão, não se manifestou sobre os dados do Greenpeace, fazendo esta pesquisa em nome do movimento ecológico e de cidadania, nesta semana que antecede a decisão no Senado em Brasília sobre o Código Florestal. Pesquisa oportuna neste momento.

Fontes: www.estadao.com.br
               www.greenpeace.org.br
               http://folhaverdenews.blogspot.com

3 comentários:

  1. No Brasil há muito, muito espaço agricultável, já não é mais necessário desmatar nenhuma floresta para aumentar as terras destinadas à agricultura ou à pecuária: urgente é uma gestão sustentável, planejando melhor a utilização do espaço agrícola já existente, colocando como prioridade o interesse nacional e dos pequenos ou médios produtores e não o os das multinacionais de agrotóxico nem as megaempreendedoras de agronegócios, que mantém lobbies de pressão no Congresso Nacional.

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  2. O Brasil está carecendo de toda uma nova estrutura agrária dentro de uma gestão de desenvolvimento rural sustentável e de justiça social na terra: neste contexto, é urgente se valorizar a preservação dos recursos naturais na mesma intensidade com que se projeta aumentar a produção agropecuária.

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  3. Além do desmatamento, um problema agravante é o do uso excessivo de agrotóxicos, envenenando os alimentos e da falta de gestão sustentável da agropecuária, por exemplo, ampliando-se os investimentos e os espaços destinados à agricultura ecológica ou orgânica, investindo-se assim em qualidade e saúde, do meio ambiente e da população.

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