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| Chico deu autógrafos e ganhou o prêmio popular |
Chico Buarque chegou discretamente ao auditório da Sala São Paulo, na noite de quinta-feira, durante a cerimônia de entrega do 52º Prêmio Jabuti de Literatura. Para um homem avesso a cerimônias públicas, no entanto, sua presença indicava algo mais. Terminou a noite como autor do Livro do Ano de Ficção e ganhou também o prêmio Voto Popular.
Chico Buarque: 'Não estou escrevendo nenhum outro romance, apenas músicas nesse momento', disse ele. ao repórter Ubiratan Brasil - do jornal O Estado de S. Paulo, cobrindo ao vivo o evento.
Chico havia apoiado Marina Silva no 1º Turno e no 2º Turno, mobilizou a classe artística e os produtores culturais a votarem em Dilma Roussef, eleita: "Não vou falar de política, isso é o mais que eu faço, em toda letra de música, em todo livro, a vida toda, acho a política importante demais, temos todos que participar duma eleição, é uma questão de cidadania".
"Gosto de receber esse prêmio, por isso venho sempre que posso", disse o escritor ao Estado. "Só não vim em 2004 (quando ganhou por ‘Budapeste’) porque estava viajando." E arrematou, sorridente: "Estou aumentando minha coleção". De fato, desde quinta-feira, Chico tornou-se o autor com mais obras eleitas Livro do Ano, somando três - além de Leite Derramado e Budapeste, venceu também em 1992, por Estorvo.
Pelo seu livro Leite Derramado (Companhia das Letras), ele tinha ao menos uma distinção garantida: a estatueta de 2.º colocado na categoria romance - em primeiro, ficou Se Eu Fechar os Olhos Agora (Record), de Edney Silvestre. Já O Tempo e o Cão (Boitempo), de Maria Rita Kehl, foi eleito o Livro do Ano de não-ficção.
A presença de Chico Buarque provocou um frisson na Sala São Paulo. Sentado ao lado de seu editor Luiz Schwarcz, ele atraiu uma infinidade de fãs (a maioria mulheres e até uma criança) e nomes também conhecidos, como a atriz Regina Duarte e o senador Eduardo Suplicy.
Quando subiu ao palco para receber sua primeira estatueta (a de 2.º colocado na categoria romance), o escritor brincou com o tamanho do jabuti, que considerou pequeno. Recebido o último prêmio, ele deixou rapidamente a Sala São Paulo.
Chico, no entanto, não tem intenção de aumentar sua coleção de Jabutis. "Não estou escrevendo nenhum outro romance, apenas músicas", disse ele, que recebeu R$ 30 mil pela escolha do livro do ano. Sua conta bancária poderá aumentar na segunda-feira quando serão anunciados os vencedores do Prêmio Portugal Telecom. Leite Derramado está entre os nove finalistas (Caim, de José Saramago, foi retirado da competição a pedido da Fundação que leva seu nome) e o vencedor receberá R$ 100 mil.
Os vencedores do Prêmio Jabuti são escolhidos por um júri abrangente, formado por profissionais do mercado editorial como livreiros, que constroem sua opinião também pelo retorno financeiro do livro. E Leite Derramado frequentou a lista dos mais vendidos durante algumas semanas do ano passado. Além do seu talento como autor, Chico Buarque vende bem, essa força de mercado é fundamental para a sobrevivência da literatura e da própria indústria do livro na atual civilização da imagem.
Fonte: estadão.com.br

Um cara que sabe escrever, um cidadão com consciência política, com visão ecológica, as mulheres o acham bonito, ele é um boêmio romântico. Ele só falha como jogador de futebol, uma vez que como centroavante é um ótimo compositor e cantor...
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