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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

TENTARAM CALAR CIENTISTA DO INSTITUTO BUTANTAN QUE É PERSEGUIDA APÓS ESTUDO EM QUE DEMONSTRA OS MALEFÍCIOS DE AGROTÓXICOS MUITO USADOS NO BRASIL

Tribunal de Justiça de São Paulo já se posicionou em defesa da pesquisadora e imunologista pela USP a doutora Mônica Lopes Ferreira que vem atuando com sucesso no laboratório do Butantan há 3 décadas 



A imunologista doutorada pela USP Mônica Lopes Ferreira sofre boicote contra sua importante pesquisa

A gente recebeu aqui no blog da ecologia e da cidadania matéria de Mariana Simões que está também hoje na Agência Pública, Repórter Brasil, Envolverde, DCM e em outros sites que se preocupam com a liberdade de informação e as questões do meio ambiente: em resumo, a notícia é que, muito respeitada por suas pesquisas que desenvolve há 30 anos, a imunologista Mônica Lopes Ferreira vem tendo uma celebrada carreira no Instituto Butantan, instituição pública centenária ligada à Secretaria da Saúde de São Paulo, que atua como centro de pesquisa biológica. Há dois meses, porém, a pesquisadora vem sofrendo dificuldades e uma espécie de conspiração contra ela dentro do instituto que há tanto tempo tem servido com a sua dedicação à ciência. Acontece que esta imunologista analisou dez agrotóxicos que estão entre os mais utilizados no Brasil e revelou que todos, em qualquer quantidade aplicada, causam graves prejuízos à saúde humana, sendo eles abamectina, acefato, alfacipermetrina, bendiocarb, carbofurano, diazinon, etofenprox, glifosato, malathion e piripoxifem. Os resultados da pesquisa demonstraram que os pesticidas causam mortes e malformação de fetos em embriões de peixe-zebra até mesmo em dosagens equivalentes a até um trigésimo do recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Enfim, uma conclusão de grande impacto e que gerou também problemas similares à censura para esta cientista, a quem desde já manifestamos o respeito e a solidariedade do movimento ecológico, científico e de cidadania, através aqui do blog da gente Folha Verde News. Confira a informação. 

A pesquisa sobre 10 agrotóxicos usuais no Brasil foi feita no Instituto Butantan...

  ...analisando as sequelas tóxicas que deixaram em testes com peixes-zebras

“Quando não matava, causava anomalia no peixe-zebra, algo que para mim é uma coisa extremamente preocupante”, explicou Mônica Lopes Ferreira, mostrando também que a genética do zebrafish, como é conhecido, é 70% semelhante à dos seres humanos. O estudo sobre os agrotóxicos foi encomendado há um ano pela Fiocruz, pertencente ao Ministério da Saúde,  que indicou os agrotóxicos que deveriam ser testados. Depois dos testes e das conclusões factuais da cientista, em resposta, o diretor da Anvisa Renato Porto e a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deram entrevistas contestando o estudo. Além deles,  um ex-secretário de Agricultura e ex-Meio Ambiente do Governo de São Paulo, Xico Graziano, publicou um tweet tentando desqualificar a pesquisa. Mônica Lopes reafirma os resultados e afirma que a direção do Instituto Butantan acabou por aderir a negação do seu trabalho e ao boicote, ela chegou a até ser acusada de realizar o estudo sem o conhecimento da direção do instituto. O que faz a política e o interesse! A instituição agora tem imposto barreiras para impedir que ela ministre cursos e dê palestras. No final de setembro, o Butantan emitiu uma resolução dizendo que quaisquer treinamentos ou cursos ministrados por profissionais desta organização “devem ser submetidos previamente à análise” pela comissão de ética. A política ou outros interesses colocando pedras no caminho da pesquisa e da ciência. 

Esta pesquisa é mais um alerta sobre a overdose de agrotóxicos no Brasil hoje em dia

A pesquisadora Mônica Lopes Ferreira para piorar ainda mais a sua situação recebeu um comunicado, em agosto, que a proibiu de submeter projetos de pesquisa para aprovação durante seis meses. Na semana passada, ela conseguiu uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo que suspendeu esta punição com conteúdo ditatorial: “Verifico que a decisão de suspensão da autora partiu de uma reunião da Comissão de Ética, contudo, a punição foi noticiada à autora sem a oportunidade de defesa prévia ou abertura de procedimento administrativo para apuração de responsabilidade, o que viola as regras de Direito Administrativo para sanção dos funcionários públicos civis do Estado de São Paulo”, escreveu o juiz Luis Manuel Fonseca Pires, do TJSP. 
 Drª Mônica deu palestras explicando os resultados de suas pesquisas...

 ...que são avançadas mas lhe causaram aborrecimentos e perseguição política

Apesar de o Instituto Butantan dizer o contrário, Mônica Lopes assegura que o estudo foi realizado com a total ciência da instituição, inclusive do seu diretor: “Eu pessoalmente me encontrei com o seu diretor, Dimas Tadeu Covas, e detalhei para ele sobre a minha pesquisa. E até dei um seminário lá em abril sobre a pesquisa, onde eu mostrei os dados para as 90 pessoas que estavam na plateia. Então, dizer que ninguém sabia sobre essa pesquisa é estranho”. E tem mais! A imunologista defende os resultados obtidos na sua pesquisa: “Eu sei da importância do agronegócio e da agricultura. Eu só acho que a gente não tem que brigar com o dado, com a ciência. A gente tem que trabalhar a partir dela”.  

(Confira depois na seção de comentários aqui no blog mais informações sobre este fato, inclusive sobre a luta  desta cientista para limpar sua reputação e seguir com os seus trabalhos: no vídeo hoje em nossa webpágina de palestra clássica de Milton Friedman sobre os governos e a importância da liberdade de pesquisa para o avanço da ciência e do conhecimento



Drª Mônica Lopes merece ser apoiada nas suas pesquisas de toxicologia aplicada 



Vale acrescentar aqui neste post que a pesquisadora brasileira e alagoana Mônica Lopes Ferreira é doutorada em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas, da USP, tendo pós doutorado em Bioquímica e em Farmacologia, sendo diretora do Laboratório Especial de Toxicologia Aplicada (LETA) do Instituto Butantan. 




O Brasil só pode avançar com o apoio a cientistas e à nova geração de pesquisadores via a educação


   
Fontes: Agência Pública - Repórter Brasil - Envolverde - DCM -  folhaverdenews.blogspot.com

9 comentários:

  1. O bom senso e a história sinalizam que a discussão política ou outros interesses não podem se sobrepor à pesquisa ou ao avanço da ciência, que precisa de liberdade de ação.

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  2. A quaslificação desta cientista é avançada, ela tem Doutorado em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas, Departamento de Imunologia, Universidade de São Paulo. Pós-doutorado na área de Bioquímica e Farmacologia. sendo Pesquisadora Científica Nível VI e Diretora do Laboratório Especial de Toxicologia Aplicada (LETA) do Instituto Butantan. Pesquisadora Principal e Coordenadora de Difusão do Centro de Toxinas, Resposta Imune e Sinalização Celular (CeTICS CEPID FAPESP). Trabalha na Caracterização toxinológica de venenos e toxinas animais, principalmente de Peixes. Com ênfase nas seguinte áreas: imunologia, farmacologia e bioquímica. Implantou e Coordena a Plataforma Zebrafish do Instituto Butantan, entre outras qualificações da drª Mônica Lopes Ferreira.

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  3. E com este post e os dois comentários acima, o movimento ecológico, científico, de cidadania e da não violência, que são o conteúdo principal deste blog da gente, manifesta a nossa solidariedade a esta cientista Mônica Lopes Ferreira.

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  4. "Os agrotóxicos são substâncias químicas sintéticas utilizadas para matar pragas, insetos, bactérias, fungos e outras plantas. Esses produtos são muito utilizados na agricultura impedindo danos nas plantações. Importante destacar que eles são tóxicos e capazes de gerar malefícios à saúde. Importante analisar e testar os agrotóxicos, quais são os malefícios que podem causar à saúde e quais problemas podem causar ao meio ambiente": comentário de José Sanches, que é produtor orgânico e nos enviou esta comentário que ele explica foi extraído do site especializado Natue.com

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  5. Depois mais tarde aqui outros comentários, volte a esta seção para conferir e se quiser mande sua opinião pro e-mail do editor deste blog padinhafranca603@gmail.com que na próxima edição de comentários postaremos por aqui, OK?

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  6. Você que é da mídia ou queira se comunicar com a Drª Mônica o e-mail dela é o monica.lopesferreirs@butantan.gov.br

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  7. "Curti também o vídeo no blog hoje com o antológico Milton Friedman, infelizmente já falecido, defendendo a liberdade nas relações dos governantes com a população, no caso de hoje, uma pesquisa ou uma ciência livres podem ser o sucesso de qualquer governo ou país": comentário de Lúcia Helena de Morais, Rio de Janeiro, estudante de Economia na PUC.

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  8. Lúcia Helena de Morais, do Rio e da PUC, nos enviou um comentário que captou no site Outras Palavras sobre esta pesquisadora e o seu problema com o Instituto Butantan. Confira a seguir.

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  9. “Eu já participei de várias pesquisas e nada tinha sido dessa maneira. Eu desagradei a Ministra da Agricultura, que contestou o estudo publicamente. O que que esta Ministra tem a ver com o Instituto Butantan, para ele estar estar assim me punindo? Eu sei o que estou fazendo e não sou uma pessoa irresponsável. O meu pai é um plantador de cana-de-açúcar; se não fosse pela cana-de-açúcar, eu não teria educação, eu não estaria aqui. Então eu sei da importância do agronegócio, da importância da agricultura. Eu só acho que a gente não tem que brigar com o dado, com a ciência. A gente tem que trabalhar a partir dela”: comentou a pesquisadora Mônica Lopes Ferreira, doutorada em Inumologia na USP, pós doutorada em Bioquímica e Farmacologia que dirige laboratório de toxicologia no Butantan.

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