Ele é o 11º país a ratificar o acordo que garante proteção do meio ambiente e também dos seus defensores tendo toda a condição de entrar em vigor agora
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Projeto de justiça ambiental virando realidade em 2021 |
Ângela Gutiérrez nos informa que além do México, já haviam antes ratificado este pacto de proteção ambiental (assinado a princípio por 24 países) Antigua y Barbuda, Bolívia, Equador, Guiana, Nicarágua, Panamá, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granada, Uruguai e Argentina. A boa notícia chega para a natureza e para os ecologistas: segundo a Global Witness, a América Latina é a região com maior índice de periculosidade para a vida dos ambientalistas, somente em 2019, 212 defensores do meio ambiente foram assassinados no continente americano, que é uma região com uma grande riqueza natural e cultural, marcada pela miscigenação, enriquecida pelo sangue indígena, africano e europeu. Da mesma forma, os nossos países ocupam os primeiros lugares no ranking do mundo em riqueza de espécies de aves, anfíbios, peixes, plantas, biodiversidade, recursos naturais. Esta enorme riqueza e potencial da natureza, muito além de representar um privilégio, traz uma grande responsabilidade, cada vez mais nas últimas décadas são urgentes iniciativas coletivas para promover a conservação e o uso sustentável destes recursos naturais, hídricos etc. Por esta razão, após vários anos de discussão e preparação, ainda em 2018 foi assinado o Acordo de Escazú, cujo nome faz referência à cidade costarriquense onde ocorreu a negociação de grande valor.
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O México agora é mais um país a ratificar este avanço |
O Acordo
de Escazú, ou “Acordo Regional sobre o Aceso à Informação, a Participação
Pública e o Aceso à Justiça em Assuntos Ambientais na América Latina e o Caribe”,
administrado pela Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL)1 e
assinado em 2018 por 24 países da região, aborda estratégias para a proteção
ambiental, assim como o novo desafio de proteger os líderes ambientais que
lutam pela conservação dos seus territórios.
O objetivo fundamental deste acordo é garantir a toda a população da região cinco questões fundamentais: a) o acesso rápido a todas as informações relacionadas ao meio ambiente; b) a possibilidade de participação nos processos de tomada de decisão ambiental; c) a justiça ambiental; d) fortalecer todas capacidades individuais das gerações atuais e futuras visando habitar um mundo sustentável e) a proteção dos defensores do meio ambiente. Este último ponto é de particular importância, considerando que esta região é um foco global de conflitos ambientais e uma das áreas mais perigosas do mundo para os defensores ambientais. A Global Witness relatou em julho de 2020 que dos 10 países com o maior número de assassinatos de líderes ambientais em 2019, sete são americanos nesse ranking e a Colômbia o mais perigoso com 64 vítimas, seguido pelo Brasil com 24 assassinatos. Esses lamentáveis eventos podem ser evitados com a entrada do acordo em vigor e a ratificação de mais países da América Latina deste acordo, um pacto ecológico e humanitário.
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Em 25 países da América o movimento ecológico e de cidadania cresce também entre os jovens |
Provavelmente, se consultarmos quase todos cidadãos do continente, eles dirão que é uma proposta razoável, que parece um roteiro lógico para conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a necessária conservação dos recursos naturais e melhorar a qualidade de vida de nossas comunidades. No entanto, para que o acordo entre em vigor, pelo menos 11 dos 24 países que assinaram o acordo devem validar esse compromisso (ratificação), algo que está agendado para este ano. Recentemente, o México se juntou aos 10 países que já haviam ratificado o acordo, atingindo assim o requisito mínimo para que, no prazo de 90 dias, isso seja uma realidade. Porém, inexplicavelmente, ainda faltam 13 governos (inclusive do Brasil) para expressar desde já oficialmente seu compromisso com a proteção do meio ambiente e com a vida dos seus defensores.
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Arte de Ana Letícia Rauber sobre queimadas e desmatamentos na Amazônia: vários artistas já se manifestam |
“A essência da Amazônia em chamas”, de Ana Leticia
Rauber, enfatiza os incêndios florestais assolam a floresta amazônica ano
após ano diante do olhar impotente da sociedade e do descaso dos governos. (An Artist´s Choices)
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A luta pelas energias limpas faz parte deste universo |
O que está acontecendo com os países ausentes? Quais razões os impedem de ratificar o acordo? É possível que cidadãos informados possam mobilizar seus líderes para assumir este e novos compromissos de conservação? Sem dúvidas, as questões ambientais começaram a fazer parte da agenda política de nossa região e em muitos de nossos países entrarão em processos eleitorais nos próximos anos, por isso é fundamental que temas, lutas e metas avançadas como o Acordo de Escazú passem a ser de domínio público, que saiam das salas dos líderes e governantes e alcancem todas as pessoas da população. Que todos os cidadãos e cidadãs da América saibam do que se trata, o que podem esperar, como podem se beneficiar e como este pacto ecológico e humanitário adiantará a criação do futuro sustentável nesta nossa região do planeta.
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Confira os dois vídeos postados aqui no blog com mais dados... |
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...sobre este avanço internacional, ecológico e humanitário |
Fontes: Cepal - Global Witness - EcoNoticias - BioIka
folhaverdenews.blogspot.com
Depois, mais tarde e amanhã, mais informações sobre o Acordo Escazú, venha conferir nesta seção.
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ResponderExcluir"Quem se opõe à justiça ambiental, numa palavra é contra a natureza e a vida": comentário de Júlia Abramo, de São Paulo, a primeira mensagem que recebemos por e-mail assim que postamos esta matéria.
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